domingo, 3 de fevereiro de 2013

Longa de “Os Miseráveis” (longa mesmo) é adaptação da peça de Victor Hugo



Estreou nesta sexta-feira nos cinemas “Os Miseráveis”, musical inspirado na obra de Victor Hugo, que conta com oito indicações ao Oscar. O longa, que tem 2 horas e 38 minutos de duração (longa mesmo, pois achei que alguns momentos foram muito monótonos), é dirigido por Tom Hooper (“O Discurso do Rei”) e concorre nas categorias de melhor filme, ator (Hugh Jackman), atriz coadjuvante (Anne Hathaway), design de produção, figurino, maquiagem, mixagem de som e canção (“Suddenly”). A história é totalmente inspirada na adaptação do musical de 1985, que é baseado no livro do poeta francês Victor Hugo.


O elenco é ótimo, dramatizam mesmo, conseguindo transformar pobreza e profundos problemas políticos e sociais em arte. O filme é todo cantado ao vivo, algo bem difícil na verdade, pois exige dos atores mais essa preocupação com a afinação. Sei que eles não são cantores profissionais, mas, para mim, Hugh Jackman deu um show e Anne Hathaway deixou a desejar (nesse quesito, que fique claro, porque o sofrimento expresso pela atriz na música “I dreamed a dream” já valeria um Oscar). Eles acompanharam as melodias executadas por pianistas no set através de fones de ouvido.

A defesa do humanismo cristão e da justiça social impregna cada sequência da atribulada jornada de Jean Valjean (Hugh Jackman), que ficou preso durante 19 anos e é libertado logo no início do filme. Perseguido sem tréguas por um obcecado inspetor, Javert (Russell Crowe, maravilhosamente bem em seu papel), Valjean decide escapar da vida de criminoso. Desaparece no mundo e ressurge, anos depois, com uma nova identidade, já como prefeito e industrial.


Seu destino se liga a Fantine (Anne Hathaway), operária demitida de sua fábrica, que caiu na prostituição para sustentar a filha, Cosette (quando menina, interpretada por Isabelle Allen). A garota acaba tornando-se responsabilidade de Valjean, que continua sua fuga, sempre perseguido por Javert.

Quando moça, Cosette (agora vivida por Amanda Seyfried, que está linda e cantando muito bem também), que desconhece a verdadeira história de seu protetor, apaixona-se por Marius (Eddie Redmayne, de “Pilares da Terra”), um dos estudantes envolvidos numa rebelião antimonarquista que caminha para um confronto trágico com os soldados do rei, em 1832.


Este drama e romance tem como pano de fundo a Revolução Francesa, mas, embora a temática do filme seja muito séria, há alguns momentos cômicos que ficam por conta dos atores Helena Bonham Carter e Sasha Baron Cohen que interpretam o casal canastrão e ladrão que toma conta da pequena Cosette (fazendo mais do mesmo, pois pra mim os dois só sabem fazer estes tipos de personagens).


Em suma, o filme é literalmente todo cantado, diferente de “Chicago” e “Nine”. Portanto, seu público alvo é muito restrito pois é o tipo de filme “ame ou odeie”. A produção é impecável, assim como os figurinos e locações que serviram de palco para a história. Mas, bem que o filme poderia ter umas 2 horas só... Ficaria menos arrastado.


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