É curioso ver um grupo como o sul-coreano Super Junior, representante do k-pop com pouca ou quase nenhuma exposição nos meios de comunicação brasileiros, causar tamanha comoção e atrair tantos fãs em uma apresentação em solo nacional. Pois o que pode ser visto e ouvido na noite de ontem em um muito cheio Credicard Hall, na cidade de São Paulo, foi algo no mínimo surpreendente.
O show de três horas de duração teve cover de “Ai, se eu te pego”, fãs completamente histéricos segurando cartazes em coreano, chorando e passando mal e dezenas de canções que arrancaram gritos ensurdecedores do público. Grito, aliás, não seria o termo mais correto para descrever o som que os admiradores adolescentes do grupo sul-coreano colocaram para fora durante a apresentação: a frequência sonora é algo que está além e deixa claro que o Super Junior é extremamente querido por aqui.
A apresentação começou às 19h30, quando oito integrantes (o grupo tem um número variável de membros e chegou a ter 10 no palco em certas ocasiões) surgiram no palco trajando os característicos ternos pretos – um visual impecável dos sapatos aos cabelos, algo que demanda tempo e que necessita da ajuda de uma equipe. Ao vivo, o Super Junior é amparado por vários elementos que ajudam no espetáculo, como modernos telões, jatos de fumaça, chuva de papel picado e bolhas de sabão.
O som do idol group, como são chamadas as boy bands e as girl groups na Coreia do Sul, é tão eletrônico e produzido no estúdio que às vezes fica difícil saber se os vocalistas estão de fato cantando ou se tudo não passa de dublagem. Pouco importa, porém. O que vale mesmo é o espetáculo e, nesse quesito, o Super Junior dificilmente deixa a desejar. Tudo é milimetricamete pensado, ensaiado e executado com precisão e profissionalismo típicos aos orientais.
Após 20 minutos de apresentação, o grupo parou a frenética performance e conversou com o público, e cada membro se apresentou individualmente e arriscou frases inteiras em português. O papo com os fãs, aliás, aconteceu em diversas ocasiões. Com a ajuda de uma intérprete, o Super Junior conseguiu se comunicar bem com seus muitos admiradores daqui e se mostrou surpreso com a recepção dos brasileiros.
De tempos em tempos, o telão exibia pequenos vídeos cinematográficos mostrando os integrantes do Super Junior como um grupo de agentes armados. As curtas e bem produzidas histórias serviam para entreter o público enquanto os membros do Super Junior trocavam de roupa nos bastidores. As substituições de figurino, aliás, são muitas. O guarda-roupa vai de ternos escuros e claros, regatas e camisetas comuns a trajes brilhantes e até fantasias de super-heróis como Wolverine, Thor, Capitão América, Hulk e Homem Aranha.
A surpresa ficou mais para o final, quando o Super Junior cantou “Ai, se eu te pego”, sucesso na voz de Michel Teló, executando fielmente a coreografia do hit brasileiro. Os fãs aprovaram e cantaram junto do início ao fim. Mais tarde, já na conversa final com o público, o grupo voltou a fazer uma versão à capella da canção, novamente cantada em coro pelos presentes.
Antes de deixar o palco, o Super Junior posou para uma foto e registrou a apresentação de São Paulo e, em seguida, cada membro fez um longo discurso e se despediu do público brasileiro. O espetáculo acabou por volta das 22h30. Pela empolgação dos fãs, não seria um problema se a apresentação durasse pelo menos mais um par de horas. Enquanto aos poucos a casa se esvaziava, ficava a certeza de que o k-pop não terá dificuldades em preenchê-la novamente em uma próxima ocasião.
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