sábado, 12 de janeiro de 2013

Jack Reacher: a nova aventura investigativa de Tom Cruise



Ao ver o astro Tom Cruise, figurinha fácil em filmes de ação, num cartaz segurando uma arma, sabe-se que, no mínimo, haverá umas boas sequências de perseguição e tiro. Jack Reacher - O Último Tiro (Jack Reacher, 2012) tem tudo isso em sua receita, porém o ingrediente “sorriso branco e conquistador” costumeiro do astro não está presente na película.


O personagem principal é um ex-militar, que resolve viver nas sombras, literalmente “sem lenço e sem documento”. É sério, focado, estrategista, arrogante e seco em muitos momentos. Se você está esperando um malandro conquistador que sai atirando em geral sem motivo, não veja esse filme.


Houve temor dos produtores na estreia do filme nos EUA, que ocorreu em dezembro logo depois do massacre na escola de Newtown, Connecticut, onde morreram 26 pessoas. Mas, até agora, o filme está entre os dez mais na bilheteria norte-americana há semanas e arrecadando, até o momento, quase US$ 65 milhões.

Tudo isso porque Jack Reacher aparece na história depois de uma sequência inicial narrada sem falas, mostrando apenas um atirador matando cinco pessoas aleatoriamente de cima de um prédio. Seu nome é mencionado por James Barr (Joseph Sikora), o principal suspeito, quando é preso. Ele entra em coma após ser agredido. Os dois se conhecem do passado, quando ainda eram soldados. Reacher fica desconfiado por ser mencionado por ele pois estão longe de serem velhos e bons amigos.


Reacher ajuda a advogada de defesa de Barr, Helen Rodin (Rosamund Pike), em uma investigação por conta própria e irrita em muitos momentos o detetive Emerson (David Oyelowo). O desenrolar da história é intrigante, mesclando cenas dramáticas e ótimas sequências de ação, como a enervante cena inicial e uma perseguição de carros muito bem-feitas.


Dois veteranos dão o ar de sua graça: o premiado diretor alemão Werner Herzog faz o vilão Zec, que, à primeira vista, parece quase um Jigsaw, mas no final das contas foi muito mal utilizado na trama; e Robert Duvall, com seus áureos 82 anos, é um bom aliado para Reacher e traz um toque leve de humor nas cenas sérias.


Cruise, particularmente, mostra que, mesmo com 50 anos, ainda está longe de se aposentar dos filmes de ação. Acerta nas cenas de luta, bem coreografadas e violentas, como o povo gosta. A única paulada que ele leva no filme inteiro é quando é pego desprevenido por bandidos mais atrapalhados e engraçados que Mr. Bean. Ele se mostra o tempo todo um verdadeiro desvendador de enigmas, assim como Sherlock Holmes em seus casos.


Esta é uma obra baseada numa série de volumes do escritor Lee Child, que já escreveu 17 livros, em que o seu herói protagonizava diversas missões, sendo essa a adaptação do 9º conto da saga.

O diretor, o também co-roteirista Christopher McQuarrie (que trabalhou com Cruise em Operação Valquíria) se mostra bastante direto em relação à construção da narrativa: conta a história de forma linear, amparada por alguns flashbacks que servem para situar o espectador.


A aventura é repleta de bons momentos, em meio a uma trama inteligente que sugere uma apropriada linha investigativa. Deixando todos com gostinho de “quero mais”. Afinal, ainda existem 16 novas estórias para serem contadas. Seria um possível novo 007? É só esperar pra ver...

Nenhum comentário:

Postar um comentário