sábado, 1 de junho de 2013

'Façam quadrinhos', diz autora de HQ que baseou filme lésbico vencedor de Cannes



A francesa Julie Maroh, autora da história em quadrinhos que inspirou o filme "La vie d'Adele", publicou, sem seu site oficial, uma mensagem sobre a Palma de Ouro concedida ao filme no festival de Cannes no domingo passado.  Julie escreveu e desenhou em 2010 a HQ "Le bleu est une couleur chaude", sobre o amor entre duas mulheres.

"Obrigada a todos por suas mensagens de hoje. Eu não tenho palavras para descrever a magnitude do que passei por algumas horas. Eu sei que muitos estão à espera de um comentário meu sobre o filme. Eu já vi duas vezes. Vou comentar mais tarde (...).  Mas obrigada novamente. Façam história em quadrinhos, é legal", recomendou Julie.

"Clementine é uma estudante nova que parece 'normal' o suficiente: ela tem amigos, família, e até um namorado. Mas ela não consegue retribuir os sentimentos dele por ela, então termina o namoro. Quando sua melhor amiga a leva para um bar gay, ela fica atraída por Emma, uma garota com visual punk, confiante, com cabelo azul. O evento leva Clementine a descobrir novos aspectos dela, passionais e trágicos", diz o texto de divulgação da edição em inglês do quadrinho.

Assim como a história em quadrinhos, o filme narra o despertar sexual e a paixão lésbica de uma adolescente por uma jovem de cabelos azuis. O filme ganhou o título em inglês de "Blue is the warmest colour". Julie Maroh é creditada como roteirista do longa.

O prêmio ao filme sobre paixão lésbica foi concedido no mesmo dia de um novo evento em Paris organizado por opositores ao casamento gay, recém-autorizado na França.



O filme tem as cenas sexuais mais gráficas e apaixonadas entre duas mulheres já vistas em Cannes, de acordo com a agência de notícias France Presse.

"La vie d'Adele" usa recorrentes imagens em close-up dos lábios da atriz Adele Exarchopoulos, seja dormindo, comendo ou beijando sua parceira, interpretada por Lea Seydoux, numa técnica que cria uma ligação entre o espectador e a personagem.

Kechiche disse, após a exibição do filme em Cannes, que não teve medo de retratar o amor entre duas mulheres, mas o que impactou e conquistou a crítica foi o retrato psicológico e emocional das protagonistas. Rodado em Lille, norte da França, o drama já teve os direitos vendidos para um distribuidor americano, apesar das três horas de duração.


Nenhum comentário:

Postar um comentário