sexta-feira, 24 de maio de 2013

O Massacre da Serra Elétrica 3D - A Lenda Continua: bom início, mas final é insultante.


Por Pedro Amaro

Confesso que ao escolher este terror para assistir, não tinha grandes expectativas. Atualmente, filmes desse gênero, andam me decepcionando. Contudo, o filme de John Luessenhop, nos garante sustos perfeitamente construídos (não se preocupem, não teremos spoilers) e alguns chegam até a ensinar a alguns diretores por aí que a trilha musical não pode entregar uma cena de susto (entendeu Rob Zombie?).

O filme começa no final da história de 1974 (vamos esquecer totalmente do remake). Onde fazendeiros locais se reúnem para poder atacar a casa dos Sawyer, queimando tudo. Aparentemente, Alexandra Daddario (Heather Miller) sobrevive. Ela é criada por uma família distante, que ao descobrir que foi ‘’adotada’’, deseja retornar ao Texas para poder saber mais de sua vida e averiguar uma casa que um parente deixou.

Nesse momento temos alguns dos clichês de filmes de terror: a apresentação de um grupo de amigos, outros que chegam para entrar na viagem – sem muito motivo e sempre em casal – e algumas drogas e bebidas no ar. Apesar de ser algo repetitivo, não incomoda e funciona. E se observamos bem, temos algumas referências ao filme de 1974, como por exemplo, o estranho que é encontrado no meio da estrada e acolhido pelos viajantes. Mas O Massacre da Serra Elétrica 3d, tem seu ponto alto quando os jovens chegam na casa (que seu interior lembra muito o filme feito por Luessenhop).

As cenas de suspense e terror construídas ficaram ótimas (fazia muito tempo que não vi algo tão belo assim). As mortes acontecem de maneiras muito rápidas e bem construídas – não se preocupem que não foi descrever totalmente e nem de forma seqüencial do longa – e recheadas de atenção. Na seqüência do policial, a trilha musical começa a crescer, mas ainda não é muito perceptível, e o expectador, um pouco mais atento, pode começar a suspeitar que a cena de terror está próxima. É aí que entra a habilidade de diretor, que sou inserir perfeitamente o momento da morte. E ainda poderíamos citar outras boas cenas, como um dos amigos que está averiguando a casa, quando somos surpreendidos sem mais nem menos (acredite leitor, não foi um spoiler, até porque não há como saber, nesse momento, quando seremos surpreendidos).

As atuações são medianas, costumo dizer que não é necessária uma atuação digna de Oscar para filmes de terror. Comprometer o roteiro? Isso que não pode acontecer jamais. Poucos são os momentos destacáveis da história, assim como a fotografia (que quase passa despercebida), não é o grande elemento técnico do filme. Agora os movimentos de câmera, são fundamentáveis para que possamos sentir na pele a tensão que os personagens estão. Os planos seqüência (movimentos de câmera que são feitos por um certo tempo sem o chamado corte), dão grande ritmo ao filme – que se tornará um problema mais pra frente – temos quase uma hora que não incomoda, pelo contrário, o silêncio permanece conosco, assim como os olhos que não param de ficar grudados na tela.

No entanto, como disse anteriormente, o ritmo do longa metragem passa a ser um problema. No começo é ótimo, e avançamos de forma coerente. Então, Luessenhop parece ter colocado algo que não pode dar conta. O que vemos no desfecho da história é um trabalho um tanto preguiçoso: a atriz principal estava totalmente assustada e não tinha identidade nenhuma sobre sua real família, porém em menos de cinco minutos ela assume um papel de heroína, ignorando toda sua construção do filme até aqui. Além de assumir a identidade de pertencente da família. O que não faz o menor sentido, visto que ele fará algo muito pior com relação ao assassino (calma gente, é sem spoilers). Não vejo uma maneira mais apropriada de descrever sua atitude sem entregar o final do filme, mas tudo que posso dizer, é indagar a você leitor, se você concordaria em ver um serial killer como coitadinho, numa tentativa frutada de revelar um pouco de humanidade?

Sendo assim, O Massacre da Serra Elétrica 3d – A lenda continua, se torna um filme com ‘’boas’’ mortes, uma linguagem de luz interessante (a qual não prejudica a vossa visão), mas com um final extremamente preguiçoso e apelativo.

Batendo a Claquete:

O desfecho foi decepcionante, mas eu adorei as mortes. Fazia tempo que um filme de terror não me assustava tanto. Bom filme pra ver com a namorada (o) do lado.

Cedido por meu amigo Pedro Amaro do nosso site parceiro: Claquete Filmes

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