sexta-feira, 8 de março de 2013

Hoje estreia “Oz – Mágico e Poderoso” e o nós já vimos!




Confesso que fui ver esse filme meio com o pé atrás, afinal de contas, eu nunca quis saber a origem do Mágico de Oz. Sempre achei o filme e o livro tão redondinhos que acho não tinha necessidade. Quem me conhece sabe que avessa a reboots, remakes e afins. E para completar o filme produzido pela Disney tem aquela pinta de Alice nos País das Maravilhas de Tim Burton , que eu achei uma decepção. Ou seja, “Oz – Mágico e Poderoso” tinha tudo para ser um típico não vi, não gostei. Mas não é que o filme é bom? Curti muito.

Mas não se engane,  “Oz Mágico e Poderoso” é um filme infantil, daquelas bem singelas cheias de moral e boas lições.  O filme nos conta quem é Oz e como ele virou o tal Mágico de Oz, do clássico de de L. Frank Baum. Aqui não tem Dorothy, nem sapatinhos de rubi (na história original eram de prata), tem sim uma bela homenagem ao filme de 1939 e uma história nova que surpreendentemente não compromete a original, apesar da pegadinha jurídica que “Oz – Mágico e Poderoso” teve de driblar, pois, contratualmente, não poderia mencionar O Mágico de Oz do cinema - o livro Baum está em domínio público mas o longa de 1939 é de propriedade da Warner.



Talvez o grande mérito de “Oz – Mágico e Poderoso” seja a coragem de enfiar os dois pés na jaca da fantasia, o filme é visualmente exuberante e o texto ora exagerado ora ingênuo dão bem um tom infantil a trama,  que tem desde de fofos anões cantantes a fadas com varinha de condão com estrela brilhante na ponta. Por se tratar de “O Mágico de Oz” a homenagem não poderia ter sido melhor. O filme inteiro remete trechos do filme de 1939. Desde o Leão até os truques tecnológicos usados pelo personagem central somos transportados à memória do filme que o originou.

"Oz o Grande e o Poderoso" desenrola-se com Oscar Diggs  fugindo de uma confusão que ele mesmo provocou,  Oscar acaba entrando num  balão e esse em um tornado que o afasta do poeirento Kansas  e o leva para a  vibrante Terra de Oz, onde  ele acha que tirou a sorte grande e que fama e fortuna o aguardam. Um mundo que expande seus horizontes trazendo à sua vida a companhia de três bruxas, um macaco alado e uma boneca de porcelana.  As  três bruxas Theodora (Mila Kunis), Evanora (Rachel Weisz) e Glinda (Michelle Williams), não estão convencidas de que ele é o grande mágico que todos estão esperando, Oscar por sua vez precisa descobrir quem é bom e quem é mau em meio aos problemas que a Terra de Oz e seus habitantes enfrentam. Aqui a jornada de nosso anti –herói não é apenas para que ele se transforme no grande “Mágico de Oz” mas também num  homem melhor.

Uma coisa legal do filme, é dessa vez temos a tecnologia do inicio do século XX vista como  magia em diversos momentos do filme e de quebra ainda temos Thomas Edison como  figura histórica  homenageada  dentro do contexto do filme. “Oz: Mágico e Poderoso”  segue os passos de Oscar Digg (James Franco), que é tipo um primo pobre e torto  dos mágicos ilusionistas do filme “O Grande Truque” (The Prestige, 2006 de Christopher Nolan). Diggs, também chamado de Oz é  um ilusionista arrogante, ganancioso, egoísta, mulherengo e trapaceiro  que se vê preso dentro de seu mundo fracassado entre uma apresentação e outra do side show do qual faz parte. 



Há que se elogiar todo o empenho, esforço e talento de James Franco, que surge ótimo como Oscar Diggs, mas nunca é capaz de transformar o personagem numa figura maior do que a própria história. O ator convence como um tipo insensível que maltrata o seu assistente e engana as mulheres e ganha a simpatia do público ao se transformar na esperança de um Reino na luta contra o Mal. James Franco está muito bem acompanhado de Zach Braff na voz do macaquinho Finley e das três bruxas, com Mila Kunis como a temperamental Theodora, Rachel Weisz como a venenosa  Evanora e Michelle Williams como a radiante e cândida Glinda.



Com as cenas iniciais, no Kansas, filmadas a preto e branco, remetem uma certa nostalgia em relação ao filme original, são tão lindas quanto a abertura. A experiência de transição entre a tela 4×3 em preto e brando para uma 16×9 saturada também merece destaque.  O 3D é utilizado de forma adequada a  um épico de fantasia para crianças  – abertamente, mas com habilidade em cenas com flocos de neve, caixas de música e misteriosos animais ou lanças que saltam através da tela em direção à plateia, não é um uso sutil, ou seja, é um deleite para as criancinhas. É como se fosse um filme antigo usando a tecnologia de hoje, com um quê  teatral.

E sejamos   sinceros, se você já viu uma  animação da Walt Disney, já viu todas, portanto, não espera mega viradas de roteiro ou grandes revelações, a estrutura do arco narrativo de "Oz – Mágico e Poderoso” é previsível e bobinho, mas ainda assim delicioso de ver. O filme é um  aperitivo pra quem  nunca viu o longa de 1939 e ou nunca leu o livro de 1900.  É uma ótima fantasia capaz  de  agradar crianças de todas as  idades, inclusive as adultas.

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