quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Homeland



Adoro uma trama cheia de suspense e cheia das  intrigas e conspirações ao mesmo tempo tenho um pouco de preguiça das tramas que pesam a mão no patriotismo americano e confesso que os primeiros minutos do piloto de "Homeland" me desanimaram um pouco, a impressão que temos é vai ser mais um seriado sobre a luta dos EUA contra o terrorismo, e blábláblá. E se não fosse pelo elenco, com Claire Danes (Stardust, Minha Vida de Cão) a eterna Angela Chase,  Mandy Patinkin (Criminal Minds, A Princesa Prometida) o inesquecível Inigo Montoya e o maravilhoso Damian Lewis (Life, Band of Brothers), talvez eu sequer tivesse dado uma chance pra série. O que teria sido um grande erro.

Angela Chase agora caça terroristas

A trama explora um universo pós 11 de setembro, em que proteger a nação de atentados ainda é uma grande prioridade. Sendo que uns levam a tarefa muito mais a sério do que possivelmente deveriam. Pelo menos, é o assim com a agente da CIA Carrie Mathison (Claire Danes) que leva sua relação com o trabalho ao extremo. Dona de uma personalidade fortíssima, ela personifica uma mistura entre inteligência extrema e um certo descontrole emocional. Tudo começa quando Carrie, depois de conduzir uma operação não autorizada no Iraque, é colocada em liberdade condicional e transferida para o Centro Contraterrorista da CIA em Langley, Virgínia. E só melhora quando um sargento da marinha que é encontrado vivo no Afeganistão após 8 anos desaparecido, e volta para casa como um herói. É aí que Carrie nutre fortes suspeitas de que ele é, na verdade, um traidor que está ajudando o grupo terrorista Al Qaeda. Apenas o mentor de Carrie e pulso firme Saul Berenson (Mandy Patinkin) acredita na moça. Com uma equipe de vigilância totalmente ilegal, a agente consegue colocar câmeras e microfones pela casa do suspeito e nós passamos a acompanhar com ela o dia-a-dia da família do cara e todas as dificuldades de adaptação. A esposa estava para se casar com um antigo amigo dele e os filhos eram tão novos que hoje são praticamente desconhecidos. Uma das coisas mais interessantes aqui é que sendo culpado ou inocente, as atitudes de Brody são completamente condizentes com ambos os casos. É possível que ele tenha sido convertido e sofrido um baque ao voltar a sua antiga realidade e ver a família ou é possível que tudo seja apenas parte de um processo comum para alguém que passou por um trauma como esse. E pra completar, Carrie esconde um transtorno bipolar que a impediria seu trabalho de agente da CIA.

Inigo Montoya é o mentor de Angela Chase na CIA

“Homeland”  é uma adaptação da série israelense “Hatufim”, que em hebraico quer dizer abduzido ou sequestrado. Gideon Raff criou a série em resposta aos soldados israelenses mantidos reféns pelos exércitos inimigos e as dificuldades deles em se reintegrar à sociedade, algo pouco noticiado. O ótimo seriado israelense  conta a história de três soldados que foram feitos prisioneiros por dezessete anos,  durante uma missão secreta para matar um membro da Jihad. A trama de “Hatufim” começa quando o governo de Israel consegue finalizar as negociações de troca de prisioneiros. Terroristas islâmicos, responsáveis por um atentado à bomba que matou dezenas de cidadãos serão entregues em troca dos soldados israelenses que sobreviveram. Na versão americana um soldado americano é resgatado por uma força especial, que não esperava encontrá-lo. As personalidades e histórias dos soldados israelenses foram combinadas para criar Nicholas Brody (Damian Lewis), o soldado americano. As séries diferem em sua estrutura narrativa, personagens e rumo das histórias, o que praticamente transforma “Homeland” em uma série original e independente. Produzida pelos mesmos criadores da série “24 Horas”, Homeland, trata da paranoia norte-americana com foco na tensão entre os personagens, no desenvolvimento sem pressa e com num roteiro excelente, onde o desenvolvimento das  personagens ditam o ritmo.

Será que o Major Dick Winter é mesmo terrorista?

Desde "Lost" que não ficava tão ansiosa  pra ver o próximo episódio, com a diferença de que os mistérios são resolvidos em curtíssimo tempo, dando espaço a novos, ainda mais complexos e intrincados.  As resoluções rápidas não permitem que o espectador tome para si a impressão que será enganado por longas temporadas desnecessárias  né, J. J. Abrams? "Homeland" vai entrar na terceira temporada super premiada. Com enredo atual e corajoso e um elenco mega ultra blaster afiado é o tipo de série que é tão legal  que a gente torce pra que acabe enquanto ainda é muito boa.




Um comentário:

  1. Ok, nunca vi Homeland, mas tenho que falar que eu amava Minha Vida de cão e como você colocou uma foto da série me deu nostalgia... rs

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